Dr. Sizenildo, o que é Elastografia Hepática?
Neste texto eu explico um pouco sobre a elastografia, que representa o avanço mais importante na evolução da ultrassonografia nos últimos 20 anos.
A elastografia é uma tecnologia de imagem avançada que usa ultrassons de superfície para avaliar de forma não invasiva a elasticidade e a rigidez de vários tecidos do corpo. A elasticidade dos tecidos descreve a resistência à deformação tecidual a um estresse aplicado no mesmo.
Na elastografia ultrassônica quantitativa, a tensão/pressão é aplicada via propagação de ondas de cisalhamento geradas pelo transdutor de ultrassom. O conceito de base do método usa a velocidade da onda de cisalhamento, a qual está relacionada à rigidez do tecido e transpassa mais rápido em tecidos rígidos e mais lento em tecidos moles.
A elastografia hepática é de longe a melhor ferramenta para avaliar a fibrose hepática de forma não invasiva, através da rigidez do parênquima, além de revelar a extensão do dano hepático e identificar corretamente o estágio da fibrose.
O tecido hepático usualmente responde a alguns tipos de dano depositando tecido fibroso no
parênquima e os resultados finais podem ser Cirrose Hepática e Hipertensão Portal, Insuficiência Hepática e surgimento de Carcinoma Hepatocelular.
Até recentemente, um procedimento invasivo chamado biópsia hepática era usado para fazer o estadiamento da fibrose hepática. Agora, com o advento da elastografia hepática, podemos estadiar a cirrose hepática de forma não invasiva, detectar a gravidade da doença hepática crônica subjacente e também avaliar a resposta à terapia. Esta técnica é usada para diferenciar fibrose mínima (METAVIR ESTÁGIO F0 e F1) daqueles com fibrose grave ou cirrose (METAVIR ESTÁGIO F3 e F4), sem necessidade de realizar biópsia desses grupos.
Relembrando, à medida que o tecido cicatricial se acumula, o fígado perde parte de sua elasticidade e
se torna mais rígido. A elastografia hepática envolve o uso de uma sonda de ultrassom de superfície
que fornece um pulso de baixa frequência ou onda de cisalhamento a um pequeno volume de tecido
hepático sob a caixa torácica.
A transmissão da onda sonora é totalmente indolor.
Indicações para Elastografia do Fígado:
- Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
- Doença hepática alcoólica
- Esteato-hepatite não alcoólica (NASH)
- Hepatite crônica B e C
- Cirrose
- Trombocitopenia não especificada
- Doença biliar (Cirrose Biliar Primária e Colangite Esclerosante Primária)
- Enzimas hepáticas anormais inexplicavelmente persistentes.
Vantagens:
- Absolutamente indolor e não invasivo
- Relativamente barato
- Disponível facilmente
- Avaliação quantitativa e qualitativa do fígado é possível.
- O acompanhamento a longo prazo é possível.
Considerações finais:
A detecção de fibrose e cirrose hepática significativa é importante para o diagnóstico, determinação do tratamento, prognóstico e acompanhamento da doença hepática crônica.
As técnicas de ultrassonografia com elastografia hepática tornaram-se métodos precisos para o diagnóstico quantitativo não invasivo da fibrose hepática, evitando os riscos e dor inerentes à biópsia hepática.
Este método está disponível no ALPHACLIN IMAGEM, sendo também por mim realizado, cujo treinamento foi obtido em 2021 no Cetrus (São Paulo), conforme certificado anexo.